Day 3 - Intensive Portuguese Language Residential - Intermediate Level

No terceiro dia começamos o dia com uma aula de Chi Gung and Yang Style Tai Chi com Trevor Taylor a quem agradecemos a disponibilidade.
Trevor e Jasmine Itter tem feito um trabalho notável em Portugal a diversos níveis e podem acompanhar o seu trabalho aqui:

http://valeofthestars.blogspot.pt/
http://valedaslobas.com/author/jasmineitter/

 
Ainda no terceiro dia fomos visitar o Lagar de Azeite "Casa do Cabo" em Cortiçô
Foi uma visita muito interessante e adorámos ouvir falar sobre o lagar, o azeite, a região e a história.
Gostámos muito e comprovámos a excelente qualidade do azeite, a quem agradecemos especialmente a José Ângelo e à sua família. Obrigado pela visita e excelente receção.


O Lagar de Azeite da "Casa do Cabo", situa-se em Cortiçô - Fornos de Algodres, na Rua do Cemitério, junto a uma casa de habitação com algumas caraterísticas solarengas, designada "Casa do Cabo", outrora pertencente aos "Magalhães".
Esta Região e, em especial, Cortiçô, possui caraterísticas edafo-climáticas únicas que lhe permitiram, ao longo de séculos e até milénios, fazer prosperar o olival e a produção de azeite de altíssima qualidade. Estas marcas históricas podem confirmar-se nos seculares troncos das oliveiras, alguns deles esventrados de lenha pelo rigor dos elementos e pelo incontável número de Janeiros em que gerações de homens e mulheres as despojaram dos seus preciosos frutos.
Foi assim que, há muitos séculos, associado à exploração agrícola dos senhores da "Casa do Cabo", nasceu o lagar de azeite com o mesmo nome. 

 Em 1966/67, quer pelo fato de os caseiros deixarem de residir na Casa, quer, sobretudo, pelas exigências higio-sanitárias (proibição da tração animal na obtenção da moenda), às quais os então proprietários, talvez por dificuldades económicas e claro desinteresse, não conseguiram adaptar-se, o Lagar encerrou as suas portas, acontecendo o mesmo a um outro existente na localidade, deixando uma aldeia com grandes tradições olivícolas, desprovida dos seus principais pilares da economia local.
Foi em 1993 que o atual proprietário o adquiriu. Estava abandonado, com a maioria das peças fora do seu lugar e dispersas e perdidas pelo espaço circundante, tendo servido de estábulo de animais e abandonado ao ponto de parte da cobertura já ter ruído.
Os anos que se seguiram foram decisivos para este ícone da História da Produção de Azeite. Com enorme dedicação e estoicismo, foi reposta e melhorada a cobertura, as peças dispersas reagrupadas e recolocadas nos respetivos lugares, o madeirame foi limpo e tratado, culminando o processo de musealização com uma profunda limpeza geral. Parecia outro, apesar de algumas peças terem desaparecido para todo o sempre, sem possibilidades de substituição credíveis.
Desde então e até à presente data, o Lagar tem sido alvo de constantes melhorias e também de várias visitas de estudo por parte de escolas de diversos pontos do País, especialmente daquelas cujos Srs. Professores conhecem a Região e são sensíveis às questões etno-culturais.
Em 2010, após ter sido efetuado um avultado investimento na preservação e melhoria do olival tradicional que integra a exploração agrícola adquirida, inicou-se a construção de um Lagar de Azeite que, embora da tipologia vulgarmente conhecida por "Lagares de Quinta", encerra o que de tecnologicamente mais avançado existe no processamento de azeitona e extração de azeite.
Este novo lagar é contíguo ao acima referido, permitindo que visualmente se confontem e comparem séculos de história e de tradições na produção de azeite.
Culminando todo este processo e confirmando a tese de que esta localidade está, desde tempos remotos, ligada à olivicultura e à produção de azeite, foi descoberto, apenas a cerca 60 metros deste local, um lagar de azeite datado do Sec. I D.C., ou seja do período da ocupação romana, que, pacientemente, aguarda uma intervenção arqueológica por parte das entidades públicas, dado que se situa numa via pública, em local então estrategicante preservado. Talvez um dia, as agora dificuldades financeiras sejam debeladas, possibilitando a valorização e disponibilização ao público de tais vestígios.
Como poderá verificar-se, estamos perante 2000 anos de história do azeite e do olival.
Prevemos que, a muito curto prazo, estaremos a engarrafar o azeite de altíssima qualidade aqui produzido, certamente com certificação DOP, levando às pessoas e ao Mundo, em cada uma das garrafas, um pedaço de ruralidade e de sonho.
Definitivamente, transformamos azeitona não só em azeite, mas também em História e histórias, que são a essência e a Alma do Povo que a produz.




















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